Os carteiros reanimaram um receio antigo: o da distribuição postal nas aldeias ser entregue às juntas. E, por isso, em conferência de imprensa apelaram para que os presidentes digam não à proposta. O gabinete de comunicação dos Correios diz que os protocolos são apenas para serviço de atendimento, no entanto, o Semanário TRANSMONTANO sabe que o acordo em fase de conclusão com uma junta do concelho prevê a distribuição postal.
Os carteiros de Chaves receiam que a administração dos CTT tenha retomado a ideia de entregar a distribuição de correspondência no meio rural a juntas de freguesia ou outras entidades privadas, uma situação para qual vêm alertando há vários anos. “Apelo para que todas a Juntas de Freguesia digam que não e se batam para que continuem a ser os CTT a assegurar o serviço”, disse, na passada terça-feira, em conferência de imprensa o delegado de Chaves do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, Joaquim Vassal, acrescentando que entende que também o presidente da Câmara se deve opor. “O presidente da Câmara também deve estar contra este processo e deve dizer que já nos foram tirados muitos serviços”, frisou. Joaquim Vassal adiantou ainda que, nalguns casos, quando as juntas de freguesia não aceitam estão a ser contactadas outras entidades ou pessoas individuais, e que os CTT estarão, inclusivamente, a “meter” a Igreja ao barulho. “Não acreditamos que sejam os padres a distribuir a correspondência, mas estão a ser envolvidos no processo de escolha da pessoa”, disse o dirigente sindical, para quem, a verificar-se esta situação, haverá perda de qualidade de serviço. “Quando alguma coisa correr mal a quem se vão queixar as pessoas? Os CTT vão marimbar-se e dizer que têm um contrato assinado com a Junta”, afirma Vassal, lembrando a “má” experiência desta natureza que ocorreu na Junta de Freguesia de Vilar de Perdizes, no concelho de Montalegre. “Havia cartas que não eram entregues, correspondência acumulada...”. Vassal referiu ainda que a administração dos CTT tem promovido uma má imagem dos carteiros, ao insistir em trabalhadores contratados. “Há sete anos que não entra ninguém para o quadro no Centro de Distribuição Postal de Chaves”, afirmou o dirigente. Contactado pelo Semanário TRASMONTANO, o gabinete de comunicação dos CTT nega, no entanto, que estejam em curso negociações com as juntas para a área da distribuição. De acordo com Fernando Marante, o agenciamento que está em curso há já vários anos e no âmbito de um protocolo com a Associação Nacional de Freguesias (Anafre) diz respeito ao atendimento. “Na distribuição não há alteração nenhuma”, disse. No entanto, o Semanário TRANSMONTANO sabe que numa das Juntas de Freguesia de Chaves o protocolo em curso, além da criação de um posto de atendimento, com todos os serviços prestados nas estações, está prevista a distribuição. Os CTT negam também a alegada promoção da má imagem dos carteiros para facilitar a entrega da distribuição. “Isso é uma alucinação”, referiu, revelando que as contratações resultam das necessidades. “No prazo de dois anos, a empresa vai admitir para os quadros 200 funcionários, o que mostra que quando é necessário, a empresa não deixa de o fazer”, afirmou Fernando Marante.
Sindicatos
Sindicato Nacional Trabalhadores Correios e Telecomunicações
Empresa CTT
Sindicato Brasileiro